sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vivi um "Natal" bem diferente

Minha história começou num dia 25 de dezembro, no dia que ERA chamado natal. Parecia-me que eu estava num sonho, e não sabendo o dia do mês e ano em que eu estava perguntei a transeuntes: “que dia é hoje?” Sorrindo, cordialmente me responderam: “25 de dezembro!”. Eu achei estranho, pois o 25 de dezembro que eu conhecia era festivo e bem diferente e aquele meu dia parecia tão comum como outro qualquer. Eu via todas as crianças saudáveis e felizes por toda aquela localidade, entretanto, não havia o alvoroço delas com presentes novos para todo lado. O que teria havido com o dia 25 de dezembro que eu conhecia, o natal? Seguindo por aquele maravilhoso lugar, como num sonho e ainda não sabendo aonde ir vi que todos moravam em confortáveis propriedades de tamanhos bem grandes e em construções distantes não aglomeradas - coisa nova para mim. E tendo eu perguntado sobre as propriedades e os costumes do local me responderam: “Nós construímos casas e nelas habitamos. Plantamos vinhedos e comemos dos seus frutos. Aqui um não constrói para que outro tenha habitação enquanto ele mesmo fica sem a sua própria morada. Nem cultiva para que outros comam enquanto o agricultor fica sem o produto do seu próprio solo cultivado. Há bastante alimento até no alto dos montes. A nossa idade é como a das árvores, não termina, e cada um usufrui plenamente o trabalho das suas mãos; as mulheres não dão a luz para a perturbação. Antes que clamemos somos atendidos e enquanto ainda estamos falando já somos ouvidos. Somos uma descendência composta de escolhidos e nossos descendentes estão juntos conosco. Neste local, o lobo e o cordeiro pastam juntos como se fosse um só, o leopardo deita-se com o cabritinho, o bezerro junta-se ao leão, e o leão come palha como o touro. A serpente se alimenta do pó, a criança de peito brinca sobre a toca da naja e a criança desmamada coloca sua mão sobre a fresta da cobra venenosa. Não se faz nenhum dano neste santo lugar. Para isso os malfeitores foram decepados e nenhum iníquo mais existe. Acabaram-se as guerras. Os próprios mansos herdaram a Terra e todos se deleitam na abundância de paz; os justos possuíram a Terra e a habitam para todo o sempre. A carne dos velhos tornou-se tenra e nova como a das crianças. -“Mas, e os poderes militares, políticos e religiosos?”- perguntei. “Há só um poder, único, o divino, que pode ser único por ser perfeito. A Terra, finalmente, encheu-se do conhecimento do Soberano Deus, assim como as águas cobrem o próprio mar”- responderam. Foi aí que fiquei sabendo que eu era um dos terrestres sobre os quais eu ouvia falar quando eu ERA vivo: “Eis que o governo de Deus estará com a humanidade, e ele residirá com eles e eles serão os seus povos, e o próprio Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos, e não haverá mais a morte, nem pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram. Eis que faço novas todas as coisas.” – Entendi também o que eu ouvia antigamente: “virá o dia em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão.” – Ora, eu havia voltado, saído do túmulo da morte para a vida. E isso foi num dia 25 de dezembro; e o natal não mais existia, 25 era apenas um dia comum de dezembro como outro qualquer.

(nillo.gallindo@bol.com.br)

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