quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Poder da Verdade

O PODER DA VERDADE

Foi numa terra distante. Há muito tempo. Mas as pessoas eram semelhantes a nós. Elas amavam, odiavam, diziam a verdade, mentiam, choravam, sorriam, eram altruístas e às vezes egoístas; parecidas a nós com virtudes e defeitos, pois, como se diz, ninguém é perfeito. Naquela terra um príncipe estava em busca de uma pessoa que falasse a verdade custasse o que custasse. Caso encontrasse tal moça ele se casaria com ela. Então, ele imaginou um engenhoso plano para encontrar sua amada, se é que ela pudesse existir. Não, esta não é a história da Cinderela que experimentou o sapatinho, é outra, diferente. Mas é a história de uma humilde camponesa que amava muito um príncipe, suspirava por ele, no entanto, ele nem sabia que ela existia. O plano do príncipe era fazer um baile no castelo real e o anunciou por toda a região. Espalhou a notícia que, naquela noite, durante o baile escolheria a moça com quem se casaria, para isso era necessário apenas que passasse por um pequeno teste. Seria tudo divulgado no baile e todas as moças do reino, pobres ou ricas, socialmente importantes ou não, estavam convidadas a comparecerem. Até as mais pobres poderiam vir. Depois de muitos preparativos chegou a grande noite. Centenas de moças compareceram pretendendo passar no teste e ser a escolhida. Ora, que moça não quer se tornar uma princesa? A camponesa, tímida e mesmo achando não ter nenhuma chance, foi. Ora, seu amor pelo príncipe era maior que tudo. O baile foi lindo. O príncipe dançou com todas, e com a tímida camponesa também. Ao final do baile pediu que as moças fizessem um fila e uma a uma pegasse das mãos dele umas sementinhas. Disse a cada uma: “Aqui estão sementes de uma bela flor. Levem para casa, plantem-nas e cultivem-nas em vasos. Daqui a seis meses farei outro baile e a que trouxer a flor mais bem cuidada, esta eu escolherei para ser a princesa e me casarei com ela. Depois de seis meses ocorreu o novo baile. Todas as moças compareceram e em meio a elas a camponesinha. Ao final do baile o príncipe pediu novamente que todas fizessem uma fila para apresentar as flores à Sua Majestade. O príncipe olhava flor por flor, observava e cortesmente conversava com a dona da flor, depois pedia que ficasse junto às outras que já haviam mostrado as flores. Sua Majestade se surpreendeu com a última da fila a se apresentar e que era a camponesinha. Tímida, com os olhos fitando o chão não tinha coragem de olhar para sua Alteza. E ele perguntou; “Por que estás tão triste e com lágrimas na face, onde esta a flor que cultivaste”? Ao que ela respondeu: “Majestade, sinto-me muito infeliz, envergonhada, pois minhas sementes não germinaram; não nasceu nenhuma flor. Mesmo assim, meu amor por Sua Alteza é tão grande que resolvi mostrar meus vasos mesmo vazios”. Gargalhadas e risos das concorrentes ecoaram pelo salão real. Sua Majestade pediu silêncio e com voz sonora disse: “Aqui está a minha escolhida como esposa. TODAS as sementes que eu dei às concorrentes eram estéreis e nenhuma poderia germinar. Esta moça foi a única dentre todas que, custasse o que custasse, disse a VERDADE!”

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