quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Rosto Enaganador e o Falso Coração

O ROSTO ENGANADOR ESCONDE O QUE O FALSO CORAÇÃO DESEJA (Shakespeare)

No Natal o Papai Noel é muito mais lembrado às crianças do que Jesus Cristo. Na Páscoa têm vez o coelho e seus ovos de chocolate que são lembrados muito mais do que o personagem que a humanidade diz comemorar, o mesmo Jesus Cristo. Não é uma hipocrisia movida e promovida pelo comércio ganancioso e arrasador dos bolsos já minguados? O criador da frase que é título desta coluna é Shakespeare. Mas Benjamin Franklin disse também: O FALSO AMIGO É COMO A SOMBRA, SÓ NOS ACOMPANHA QUANDO O SOL BRILHA. Certa vez uma jovem que havia ficado cega em razão de diabetes muito avançada nos disse que, sua vida, enquanto era saudável, era cheia de companheirismo, de amigos e amigas, mas quando teve a infelicidade de ficar doente e até cega, seu telefone nunca mais tocou nem por engano. Todos seus “amigos” e “amigas” evaporaram e parecia que ela nunca existira! Aquela jovem narrava isso com tristeza; ela não entendia por quê. Isso é verdade em relação ao gênero humano. Amor verdadeiro existe muito só na teoria, na prática é quase zero. Na vida, enquanto tudo está bem conosco “amigos” não nos faltam, mas, na desventura, somem, desaparecem. Quando tudo está bem parecem formigas no açúcar ou no mel. Entretanto, em situações adversas, se assemelham àquele nevoeiro que se dissipa e some ao calor do Sol. Foi isso que Franklin quis dizer: se o Sol estiver brilhando em nossa vida ou se estivermos com tudo bem na vida, então, “amigos” existirão e nos acompanharão onde formos como a sombra não larga de nós e nos acompanha quando o Sol brilha. Todavia, se o Sol de nossa vida não brilhar, ou ficar ofuscado pelas nuvens dos problemas, os “amigos” não se lembram mais nem para tocar o telefone como se fosse “por engano”, eles nos deixam, nos esquecem, como a sombra também não existirá sem a luz do Sol. Este é um bom lembrete e raciocínio nesta época que chamaram de páscoa, na qual muitos se reuniram para comemorar e comer bastante bacalhau e chocolate até arrebentar. Nesta época, segundo o folclore da cristandade há a “malhação do Judas”. Quem foi Judas? Um “amigo” de Jesus Cristo. Aliás, alguém que se “dizia” amigo e seguia-o junto com todos os outros apóstolos. Mas, como mostra a frase de Shakespeare, aquele rosto enganador de Judas escondia o que ele desejava no coração: “vender” o seu amigo e benfeitor na primeira chance que tivesse. E o conseguiu, se tornando o símbolo histórico da traição. Diferente do Judas, que nosso rosto seja sempre verdadeiro. Que nosso rosto nunca esconda no coração desejos maus contra os outros que nos acreditam como amigos verdadeiros. Que nosso rosto não esconda no coração aquele disfarce com vontade de tirá-los do nosso caminho, derrubá-los ou denegri-los só por que eles, sem o saber, nos incomodam. Que o nosso rosto, nossa face, nosso olhar, representem aquilo que nosso coração é ou deseja de verdade. Que quando olharmos nos olhos de alguém, o fitemos diretamente, olho no olho, com coragem, verdade e sinceridade mesmo que o que tenhamos para dizer seja forte ou doído. Que nunca precisemos falar com alguém olhando para o chão ou para os lados para disfarçar. Porque nosso rosto pode esconder por um tempo certas coisas, mas não poderá esconder por TODO o tempo o que está no coração. E com Judas foi assim: seu falso rosto um dia revelou o que ele tinha no coração.

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